sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
Sangue e restos
E se eu pular?
Será que eu voo?
Será que eu plano?
E se eu cair?
Será que eu ando?
Assim eu mudo?
Ou continuo? Em outra frequência,
com outra audiência a me observar?
Voando alto,
planando baixo,
tocando o asfalto...
Será que me veriam?
Ali estatelada no chão?
Ou será que conseguiriam me ver
ali, voando sobre a multidão?
chegando mais perto das nuvens,
me distanciando do chão.
Será que me veriam abraçar minha solidão?
E devagarinho, chegar mais longe,
Chegar mais perto.
Sair por completo.
Retirar a carne, pele osso,
do todo, abrir mão.
De sangue e restos,
virar água, terra, fogo e clarão.
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